A atleta mais jovem do Mundial de Natação Paralímpica 2017 conquistou duas medalhas na competição.

A nadadora Paralímpica Cecilia Araújo, 19 anos, teve paralisia cerebral e o movimento do lado esquerdo do corpo ficou prejudicado, por causa de uma gestação complicada da mãe e falta de oxigenação na hora do parto. Desde de pequena tem mostra sua força de guerreira e deixando seu registro por onde passa.



 

A atleta entrou na natação como forma de tratamento, mas logo se apaixonou e aos 10 anos teve sua primeira competição. Cecilia já conquistou diversos resultados, como o bronze nos 50m e nos 100m livre nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015, mas foi em 2017 que veio sua principal conquista. Em seu primeiro mundial a atleta foi campeã mundial nos 50m livre, e prata nos 100m livre.

“Em meu primeiro mundial fui campeã em uma prova e prata em outra, é uma felicidade única. Mesmo com pouca idade saí de casa cedo em busca dos meus sonhos e aos poucos estou alcançando. Durante 2017 tive grandes altos e baixos, estive doente, precisei de ajuda psicológica. Mas resetei, para hoje ser campeã mundial”, disse Cecilia para o Portal.

O mundial do México, realizado em dezembro, foi especial para Cecilia, que foi a atleta mais jovem da competição. A nadadora adquiriu muitas experiências, conquistou duas medalhas, sendo campeã mundial em uma delas e recebeu dicas e apoio de toda a delegação brasileira.

“Recebi muitas dicas dos meus companheiros, principalmente da querida Raquel Viel, ela é minha companheira de equipe e acredito que só o exemplo de vida dela me incentivou muito”, quando comentada sobre disputar um mundial ao lado de ídolos como Daniel Dias e André Brasil “(risos) Cecília segura a emoção! Eles são pessoas muito boas, não me refiro só a natação, mas de coração também. Eles foram umas das pessoas que me incentivaram, se descontraíram comigo. São pessoas de luz!”, disse ao Portal.

A natação paralímpica brasileira vive um momento de bons resultados e evolução, como por exemplo os pódios conquistados no México. Foi a primeira vez na história que a delegação verde e amarela superou a marca das 26 medalhas em um Mundial, na última edição em Glasgow 2015, o Brasil se despediu com 23 pódios. Cecilia comenta que o diferencial da equipe para conquistar tantos pódios, é o entrosamento.

“Por vários momentos fomos citados como a equipe mais unida de todos os tempos, pelas pessoas da comissão técnica, acho que esse entrosamento essa desenvoltura que levou o Brasil a sua melhor performance. Pois talento, e esforço todos têm de sobra, acredito”.

A jovem Cecilia já está focada em Tóquio 2020. E com o intuito de melhorar cada vez mais, a nadadora paralímpica realiza o seu planejamento durante os finais de ano e já pensa em um 2018 de muito mais sucesso.

“Todo final de ano sento com meu técnico Antônio Luiz, para fazermos o nosso planejamento. Esse ano sem dúvidas me dediquei muito mais a natação quanto os anteriores. Para 2018, meu planejamento já está traçado, além das 3 fases do campeonato brasileiro, temos 3 competições internacionais, incluindo o PanPac. Espero que seja um ano iluminado quanto 2017”, comentou a campeã mundial para o Portal.

A brasileira está curtindo alguns dias de férias, para voltar em 2018 conquistando bons resultados.

Cecília Araújo já tem planejamento definido para 2018/ Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB .