Samuel De Bona, um nome frequente entre os amantes da maratona aquática. O brasileiro de 26 anos começou a nadar aos 4 anos e desde então não parou mais. Ele representou o Brasil e o Grêmio Náutico União, de Porto Alegre, em várias competições nacionais e internacionais.

Foi integrante da deleção brasileira que disputou o campeonato mundial de esportes aquáticos de 2011 em Xangai-China, onde terminou em 36º na maratona de 5km, em 44º na de 10km e 16º na de 25km, de 2013 em Barcelona quando conquistou a medalha de Bronze na prova de 5km por equipe, ao lado de Poliana Okimoto e Allan do Carmo e terminou em 6º na maratona de 5km, em 2015 disputo o Mundial de Kassan-Rússia e terminou em 14º na maratona de 5km. Disputou os Jogos Pan-Americanos de 2011 quando terminou em 12º nos 10km, os Jogos Pan-Americanos de Toronto em 2015 foi forçado a abandonar a prova da maratona aquática de 10 km após sofrer pancadas no rosto e passar mal.

No dia 1º de março de 2017, Samuel divulgou em sua rede social uma carta de despedida, onde dizia que não seria mais um atleta de natação profissional. Entramos em contato com o porto-alegrense que fez uma declaração sobre sua decisão.  

“Acredito que eu fiz em grande parte o meu melhor, acho que hoje olhando pra trás eu teria corrigido alguns planejamentos, e feito coisas diferentes, mas acho que dei tudo que eu podia naquele momento da minha vida. Admito que a pressão olímpica foi muito forte, e muitas vezes eu não aguentava, era um ritmo de competição, viagens, pressão enorme, e demorei pra acostumar com aquilo. Não foi uma decisão fácil para de nadar, mas não digo que foi uma decisão difícil, no momento que eu não me senti mais competitivo a nível internacional, eu percebi que não seria mais feliz nadando. Acho que fiz uma mudança radical, hoje estou advogando, trabalhando em escritório, mas usando tudo que eu aprendi, como disciplina e competitividade pra crescer nesse meio”.

Sobre voltar a frequentar o meio aquático, Samuel comenta que não pretende voltar agora, mas que espera ajudar a natação brasileira futuramente.

“Espero poder mudar algumas coisas na natação, como incentivo, preparação, trabalho com a base, renovação, ideias que surgiram ao longo do tempo, mas isso como um administrador,  não como técnico. Ainda vejo muito potencial do Brasil, e talentos surgindo, espero ver isso acontecer de perto, mas ainda não me sinto com vontade de frequentar o meio aquático, acho que preciso de um tempo fora disso, pra poder voltar a conviver com esse estilo de vida. Acho que eu realmente me orgulho de ter sido o primeiro Brasileiro a ter vencido uma copa do mundo, aquele foi realmente um momento de divisão de aguas pra mim muito importante, e uma conquista interna que me deixou muito feliz”.

Samuel De Bona foi um exemplo de profissional, se tornou ídolo de atletas que são o futuro do esporte brasileiro e deixou marcas positivas na maratona aquática brasileira. Obrigada Samuel!

Samuel é formado em direito e após anunciar sua despedida das águas passou a advogar/ Foto: Arquivo Pessoal