A atacante brasileira jogou pela seleção brasileira e pelo Hyundai Steel Red Angels WFC, em 2017.

Bia Zaneratto, atacante do Hyundai Steel Red Angels WFC (Coreia do Sul) e da Seleção Brasileira de futebol, começou na modalidade como a maioria das meninas, jogando entre homens. Ela enfrentou vários desafios até ser considerada hoje um destaque da modalidade.



A brasileira é conhecida pelo seu jogo veloz, uma atleta que tem força física e que se movimenta a partida inteira. Estilo de jogo que tem feito a atleta a fazer gols e ajudar a seleção brasileira. Conversamos com exclusividade com Beatriz Zaneratto, que revelou sobre sua temporada de 2017 vestindo a camisa da seleção e do Hyundai. A atleta ainda revelou sobre voltar a jogar no Brasil e seus objetivos para 2018.

SELEÇÃO BRASILEIRA

A seleção brasileira feminina teve um ano de mudanças. A chegada de Emily e em pouco tempo a saída da mesma. A técnica estava quebrando um tabu, nunca antes disso, uma mulher havia comandado a seleção feminina. Ela vinha conseguindo fazer algumas mudanças na equipe, mas nos últimos jogos do seu comando, as vitórias não estavam acontecendo. A CBF não divulgou o motivo da saída de Emily, mas decidiram demiti-la e trazer de volta o técnico Vadão, que estava no comando antes da técnica. Algumas jogadoras, inclusive Beatriz Zaneratto, assinaram uma carta pedindo a permanecia da técnica, mas não foi suficiente, para mantê-la.

“Existiram algumas mudanças na seleção. A chegada da Emily foi de suma importância para o futebol feminino, ter uma mulher no comando da seleção trouxe uma repercussão para o futebol feminino e creio que foi de grande valia. Aprendi muito com ela, mesmo que em pouco tempo, admiro o seu trabalho e respeito. Eu estava entre as atletas que pediram a permanência da mesma, porém, entendo que existem pessoas superiores a nós e que tomaram a decisão que acharam melhor. Sobre o Vadão, já havia trabalhado com ele, acredito que dará continuidade no trabalho e sempre buscando o melhor para a seleção. Espero continuar fazendo parte da equipe e me doarei da melhor forma em prol da seleção”.

Apesar das mudanças de técnicos na seleção verde e amarela e os poucos campeonatos e amistosos disputados no ano de 2017, a atacante Bia, acredita ter sido um ano importante.

“Acredito que foi um ano importante, amistosos com a seleção para trabalharmos visando a Copa América, que é uma competição importantíssima e criando um entrosamento maior da equipe”.

Nas últimas convocações da seleção feminina, novos nomes aparecendo, visando até mesmo uma reestruturação da equipe para as próximas competições.

“A renovação é importante, existem muitas meninas com qualidade incrível chegando a seleção e isso é ótimo para a modalidade. São mudanças e oportunidades, acredito que não apenas para o Mundial e Tóquio 2020, mas até mesmo para a Copa América no ano que vem. As oportunidades estão acontecendo e acredito que aquelas que estiverem melhor, estão dentre as convocadas”.

Nos últimos anos Beatriz Zaneratto, teve um crescimento positivo dentro do futebol, deixando gols e sendo considerada um grande nome e esperança da seleção brasileira.  A atacante comenta que não trabalha isso como peso.

“Não defino como “peso” e sim um prazer. Venho trabalhando bastante, busco sempre dar o meu melhor dentro de campo para ajudar a seleção e graças a Deus, as coisas tem dado certo e acredito que estamos no caminho certo, para obter os melhores resultados com a camisão da seleção brasileira”.

COPA AMÉRICA DE 2018

Pela primeira vez na história, a Copa América Feminina será realizada em uma data FIFA, o que obrigada que os clubes de todo os países liberem as atletas para representarem a sua seleção. A competição que vale vaga para o Mundial, acontecerá entre os dias 4 e 22 de abril, no Chile. Nomes como o de Bia Zaneratto, que nunca disputou a competição pela categoria principal, pode aparecer na convocação de Vadão.

“Será minha primeira Copa América pela principal, pois, é a primeira vez em data FIFA. Será especial, com certeza e principalmente pela importância da competição, que vale vaga para o mundial. Fiquei muito feliz por ter a oportunidade de estar disponível, caso seja uma escolha da comissão técnica. E claro, sendo selecionada, darei o meu melhor para conquistarmos essa tão importante competição”.

Bia, nunca disputou a competição pela categoria principal, mas já disputou quatro Sul-Americanos, dois pela sub-17 e dois pela Sub-20, sua experiência pode ajudar na competição principal.

“Embora não tenha jogado a Copa América principal, já joguei nas categorias de base, duas vezes pela sub17 e duas pela sub20, sendo campeã em todas. Então conheço bem a competição e espero contribuir ao máximo para a seleção”.

Foto: Gonzalo Fuentes / Reuters

HYUNDAI STEEL RED ANGLES WFC

A atacante brasileira vem realizando boas atuações pelo seu clube na Coreia. E o ano de 2017 não poderia ser diferente, Beatriz Zaneratto encerrou o ano como artilheira da WK League.

“Pelo meu clube tive um ano especial, fui a artilheira da Wk League com 24 gols e 14 assistências. Foi uma temporada perfeita conquistamos o título da liga e fui a artilheira. Agradeço a minha equipe que trabalhou com dedicação e profissionalismo durante toda a temporada. Foi um ano produtivo e que tive uma enorme evolução”.

Bia, comenta sobre futebol Coreano e o do Brasil e disse que apesar das diferenças, nunca deixa de lado o estilo brasileiro de lado.

“O futebol coreano é jogado com poucos toques na bola, quase sempre um, dois e rápido. O futebol brasileiro existe mais dribles e condução de bola, o futebol bonito, porém acaba deixando o jogo mais lento. Na Coreia procuro utilizar os dois, aprendo muito com as coreanas e nunca deixo de lado o estilo do brasileiro jogar, afinal esse é o nosso diferencial”.

Beatriz vem se destacando no futebol coreano/ Foto: Reprodução internet

SOBRE VOLTAR A JOGAR NO BRASIL

A brasileira já jogou no Santos e foi “Sereias da Vila”, já atuou pelo Bangu (RJ), pelo Vitória de Tabocas, no interior de Pernambuco e também já foi “Guerreira Grená”. Mas a 5 anos vem representando o Hyundai da Coreia do Sul, país onde a atleta tem reconhecimento e é conhecida pela população. A brasileira revelou que tem vontade sim de retornar ao Brasil, mas, a ótima estrutura da Coreia, ainda te segura por lá.

“Tenho sim vontade de voltar a jogar no Brasil, ficar perto de casa, da minha família, é até engraçado, porque hoje a maioria quer sair para jogar fora e eu que estou lá, muitas vezes quero voltar. Porém, acredito que seja natural. São 5 anos e não 5 dias longe de casa, a saudade aperta forte, às vezes. Mas, tenho a consciência que aqui no Brasil a coisas estão caminhando ainda e hoje tenho uma estrutura ótima na Coreia e tenho evoluído a cada ano”.

ANO DE 2018

Beatriz Zaneratto já encerrou suas atividades em 2017 pela seleção brasileira e pelo Hyundai e agora curte alguns dias de férias antes de voltar a treinar. Sobre o clube ainda está em aberto se a brasileira continuará no Hyundai, mas Bia comenta sobre sua expectativa para o ano de 2018, com a seleção.

“Será um ano difícil, cheio de convocações, pois, sabemos a importância da Copa América e iremos trabalhar forte para conquistá-la. A expectativa para o próximo ano, é de realizações, estar entre as convocadas e conquistar o título da Copa América, para então termos a classificação para o Mundial”.

Para encerrar a brasileira se diz agradecida com tudo o que conquistou até hoje.

“Todos os jogos são importantes e especiais, acredito que ter o privilégio de viver fazendo o que tanto ama, torna tudo incrível e extraordinário. Acho que é o sonho de todo o ser humano, encontrar em seu trabalho a sua diversão e Deus me deu o privilegio, o dom, para jogar futebol, tento apenas aprimorar e sempre aprender um pouco mais para evoluir. Sei que tenho muito para aprender ainda, acredito que estou no caminho certo e feliz com as oportunidades vividas. Gratidão por tudo”.

Veja no vídeo abaixo o gol de Bia Zaneratto, no último amistoso de 2017 contra o Chile.(Lance do gol começa no 0:007).