Jéssica Bianca, 23 anos, natural de Curitiba e ubatubense desde os 17 anos, vem se destacando no mundo do surf. A atleta iniciou na modalidade através de incentivos do seu pai, que sempre surfou por hobbie. Depois de disputar sua primeira competição, apaixonou e não quis mais largar a prancha.

Mesmo se destacando entre as surfistas do Brasil, Jéssica ainda sofre com a falta de apoio. A brasileira não possui nenhum patrocínio que lhe ajude financeiramente a disputar as competições amadoras e muito menos as principais competições internacionais, e para isso a surfista trabalha em uma sorveteria e tem que conciliar o emprego com os treinamentos.

“Ainda não tenho nenhum patrocínio principal. Estou buscando um patrocinador para que eu possa competir a divisão de acesso da WSL*. Hoje eu treino na parte da manhã, trabalho na parte da tarde e a noite faço funcional, quando tenho folga dobro os meus treinos. Tento investir uma parte do meu salario na minha carreira. Não consigo investir tudo, pois tenho meus gastos aqui com alimentação, aluguel, etc”, comentou a surfista Jéssica.

Enquanto ainda não consegue disputar as principais competições internacionais por falta de apoio, Jessica tem disputado as principais competições nacionais. No final de semana do dia 10,11 e 12 de março, a curitibana caiu nas águas cariocas para disputar sua primeira competição de 2017 os Jogos Cariocas de Verão. A brasileira enfrentou atletas de alto nível e terminou na segunda colocação da categoria open.

“Disputei o Jogos Cariocas de Verão. O nível era alto, já que algumas atletas que também participaram, competem brasileiros e inclusive a divisão de acesso para o mundial da WSL. Fiquei satisfeita com meu resultado. Acho que competi super bem e só não fui ainda melhor por conta das condições do mar que não estavam tão boas”.

Jéssica já está em Ubatuba, onde segue treinando visando suas próximas competições. A brasileira comenta da falta de competição ao surf feminino no Brasil.

“O surf feminino passou por uma fase bem complicada onde não havia eventos nacionais no Brasil. Mas está retomando seu espaço aos poucos e eu fico muito feliz com isso. Minha próxima competição será em maio em Ubatuba mesmo no circuito municipal, que são 3 etapas no ano. Também, tem previsão de um QS (divisão de acesso da WSL) no Brasil, um no Chile e o Brasileiro Profissional em Ubatuba”.

Jéssica conta com o apoio das seguintes empresas: Simões Surfboards, Janga Wetsuits, Bendita Imagem, MUFA, Manga Wax, Protetor Brazinco, Quilhas Mormaii, Up Drop, Studio Cultura Corporal, Ki-Beirute Esfiharia, Brasil Surf Girls e Brothers Açaí.

*A WSL é a competição que conta com os melhores surfistas do mundo e as melhores ondas.

Com o sorriso no rosto Jéssica segue buscando seu espaço entre os principais nomes do surf brasileiro.

Fotos: Lucas Alexandre