Técnico espanhol usa tecnologia para acompanhar jogadoras. Ele assiste a jogos, edita vídeos e envia mensagens para, mesmo à distância, corrigir e elogiar suas atletas.

Nos últimos meses, o espanhol Jorge Dueñas passou a maior parte de seu tempo de trabalho em frente a uma tela. Foram horas e horas assistindo a jogos na TV, analisando e editando vídeos no computador, escrevendo e-mails e enviando mensagens pelo celular. Desde que assumiu o comando da seleção feminina de handebol, em agosto do ano passado, o treinador tem buscado conhecer todos os detalhes das jogadoras brasileiras.



“Temos cerca de 30 atletas em nosso radar atuando fora do Brasil, em diferentes países. Eu precisava juntar o máximo de informação possível sobre elas. Agora que as conheço melhor, vamos trabalhar nesse ano para ter uma equipe segura, que mostre um bom rendimento em todos os jogos”, diz Dueñas.

O espanhol continua baseado em seu país natal e vem ao Brasil para períodos de treinos, competições e observações das categorias de base. Ele criou um sistema de comunicação constante com as atletas. O treinador assiste aos vídeos dos jogos dos clubes e faz comentários, por e-mail ou WhatsApp, sobre o rendimento das jogadoras, destacando seus pontos fortes e apontando aqueles que precisam ser melhorados. Em alguns casos, ele edita trechos dos vídeos para que as atletas visualizem de forma mais eficiente os aspectos que ele avalia que precisam ser corrigidos.

“Eu acompanho jogadoras que já vêm fazendo parte da seleção e outras que têm chance de entrar para o grupo no futuro. Passo praticamente a semana toda vendo vídeos e, aos fins de semana, acompanho jogos das ligas e campeonatos da Europa. Tento acompanhar o maior número possível de atletas”, diz.

Em fevereiro, o treinador irá participar de atividades com as equipes júnior e juvenil para trabalhar com meninas que possam fazer parte da seleção adulta no futuro. Em março, começa a colocar em prática as observações que vem colhendo sobre o time principal em amistosos contra a seleção francesa, na França. Em abril, retornará ao Brasil para treinar com as atletas que atuam no país. Em maio, disputará os Jogos Sul-Americanos, que devem distribuir vagas para os Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019. No segundo semestre, Dueñas terá a chance de testar novamente as atletas no Torneio Quatro Nações, em setembro, no Brasil, e em uma competição internacional na Espanha, em novembro.

“Tanto as atividades de treinamento como os torneios serão muito importantes para prepararmos a equipe para 2019 e 2020, quando teremos Mundial e Jogos Olímpicos (ambos no Japão), nossas prioridades”, diz Dueñas.

A seleção feminina, campeã mundial em 2013, vem passando por uma renovação desde os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Algumas atletas mais experientes deixaram de vestir a camisa verde e amarela e as mais jovens estão buscando se consolidar no time.

“Esse é um processo natural que acontece em todas as equipes. É importante que as atletas mais experientes dêem segurança e ajudem as mais novas. O importante é termos o maior número possível de atletas com nível de seleção”, diz Dueñas.

O treinador destacou, por exemplo, as atuações das pivôs no Mundial de 2017, quando a posição foi ocupada por Lígia Costa, 22, Tamires Anselmo, 28, e Tamires Morena, 24, única do trio que atuou na Rio-2016.

Eduarda Amorim uma das atletas mais experientes da seleção brasileira/ Foto: Divulgação

Fonte: CBHb