Bronze no Mundial Juvenil, jovem de 17 anos quer seguir os passos do avô Servílio de Oliveira e subir ao pódio olímpico na Argentina.

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) anunciou nesta terça-feira, dia 2, o nome do porta-bandeira do país na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos da Juventude Buenos Aires 2018, que acontece no próximo sábado, dia 6.


Luiz Gabriel de Oliveira, do boxe, foi medalhista de bronze no último Campeonato Mundial Júnior, na Hungria. O atleta de 17 anos carrega no DNA o talento do avô, Servílio de Oliveira, primeiro brasileiro a conquistar uma medalha olímpica na modalidade, o bronze na Cidade do México, há 50 anos, em 1968.

O anúncio do porta-bandeira foi feito pelo vice-presidente do COB, Marco Antônio La Porta, no Parque Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro, diante de toda a delegação brasileira, antes do embarque para a capital argentina. O anúncio foi feito na presença do diretor geral do COB, Rogério Sampaio, campeão olímpico no judô em Barcelona 92, e do chefe da missão brasileira em Buenos Aires, Sebástian Pereira.

“Essa escolha é uma dupla homenagem do COB. Nós sempre procuramos colocar um atleta laureado para ter a honra de carregar a Bandeira Nacional na Abertura. Esse ano, estamos comemorando 50 anos da primeira medalha olímpica do boxe brasileiro, com Servílio de Oliveira. Além disso, seu neto conquistou uma medalha no último campeonato mundial júnior. Então, nada mais justo do que anunciar o Luiz Gabriel Oliveira como porta-bandeira do Brasil”, disse Marco La Porta, muito aplaudido por toda a delegação. “Que a sua carreira seja tão brilhante como a do seu avô, a quem também homenageamos com essa escolha”, completou La Porta.

A honra de levar a bandeira nacional na festa inaugural da maior competição para jovens do mundo emocionou o jovem pugilista. “Só tenho a agradecer a todos por essa oportunidade de ser o porta-bandeira da delegação brasileira. Fico muito feliz e espero obter um resultado maravilhoso para o nosso país nos Jogos. Me sinto agora ainda mais motivado para representar o Brasil do jeito que ele merece”, disse o atleta, de 17 anos. “Me sinto muito inspirado pela medalha conquistada pelo meu avô. Depois de 50 anos, quero conseguir outro resultado desses para a minha família, para o meu país e para o boxe brasileiro”, afirmou Luiz.

Assim como Servílio, que conquistou sua medalha olímpica aos 20 anos, os resultados já começam a aparecer bem cedo para Luiz Gabriel, que apesar de competir no peso mosca (até 52kg), é conhecido por todos como Bolinha, apelido carinhoso dado pelo avô quando ele era uma criança bochechuda. No último Mundial Juvenil, em agosto, na Hungria, Luiz alcançou o melhor resultado de sua ainda curta, mas promissora, carreira.

A influência familiar sempre foi muito forte em sua vida. O garoto começou no boxe aos dez anos assistindo aos treinos do pai, Ivan de Oliveira, em São Caetano do Sul (SP). O atleta já se sentiu pressionado, mas hoje considera uma motivação ser neto de Servílio. “Meu avô fica muito feliz que a família continua no boxe. Ele sempre torce, acompanha minhas lutas, me manda mensagem. Meu avô falou para eu não ficar satisfeito com o bronze. Eu quero bastante uma medalha nos Jogos Olímpicos da Juventude para nossa equipe, para o nosso país. E, se possível, trocar a cor da medalha para dourada”, afirmou o jovem atleta.

Fã de Muhammad Ali e Mike Tyson, Luiz praticou diversos esportes antes de escolher seguir a tradição familiar no boxe. Nos últimos anos vem evoluindo rapidamente. Convocado para a seleção juvenil pela primeira vez em meados do ano passado, conquistou o título de campeão continental, em maio, nos Estados Unidos, e a prata em um torneio no Equador, em julho, além do bronze no Mundial.

Luiz Gabriel de Oliveira, do boxe/ Foto: Jonne Roriz/Exemplus/COB

Fonte: COB