A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) divulgaram, durante a Assembleia Geral Ordinária realizada no último fim de semana, em Aracaju-SE, o novo programa de preparação da ginástica artística para o ciclo olímpico 2017/2020. O grande objetivo será a padronização do trabalho nas modalidades masculina e feminina, e Marcos Goto passa a ser coordenador técnico, chefiando as duas frentes.

Além de Marcos, a ginástica artística seguirá sendo assistida por uma série de profissionais importantes na manutenção e na melhoria do desempenho dos atletas. Klayler Mourthe continuará como supervisor de seleções. Juliana Fajardo será a coordenadora de serviços para performance – responsável por preparação física, nutrição, bioquímica, biomecânica e preparação mental -, e Breno Schor o coordenador médico. Robson Caballero comandará o Comitê Técnico da ginástica artística masculina, e Yumi Sawasato o da feminina. Os treinadores serão Cristiano Albino, para os homens, e Irina Ilyashenko e Francisco Porath, para as mulheres. Leonardo Finco será o gerente das duas seleções. Conforme as equipes nacionais forem sendo formadas para a seletiva, em agosto, outros técnicos serão incorporados.

Antes Marcos, um dos treinadores da seleção masculina e líder na conquista de três medalhas olímpicas – Arthur Zanetti, ouro nas argolas em Londres 2012 e prata no aparelho na Rio 2016, e Diego Hypolito, prata no solo na Rio 2016 -, Marcos Goto se credenciou para assumir a função de coordenador técnico, criada neste ciclo olímpico.

“A primeira filosofia a ser adotada é o trabalho conjunto entre as Seleções e os comitês técnicos. Não vão mais ficar separados. Além disso, queremos integrar o masculino e o feminino, com os profissionais trabalhando nas duas frentes. O feminino tem um trabalho muito bom e mais resultados, numericamente, pelos investimentos feitos em longo prazo. Não são muitas mudanças, mas queremos trazer um pouco da sistematização do masculino para o feminino. Queremos que todos deem sua opinião, integrando toda a ginástica”, explicou Goto.

Jorge Bichara, gerente de alto rendimento do Comitê Olímpico do Brasil (COB), participou da Assembleia Geral Ordinária da CBG e ressaltou como será esse trabalho, na prática. “O Marcos atuará no formato de avaliação das atletas, modificando um pouco o que tínhamos. Podemos aplicar mais ciência aos treinos, respeitando a individualidade do feminino, para diminuir a incidência de lesões. É um momento de testar coisas novas para a modalidade seguir nessa curva ascendente que está.”

Dois dos principais investimentos para este ciclo olímpico, até os Jogos de Tóquio, em 2020, serão a integração entre as categorias de base e adulta e a realização de clínicas com treinadores estrangeiros. O Centro de Treinamento da Ginástica no Rio de Janeiro está sendo remontado e tem previsão para ficar pronto na segunda quinzena de abril. Como, neste ano, o Campeonato Mundial não tem competição por equipe, as seleções brasileiras treinarão em menor período, e o CT servirá como celeiro de novos talentos, com espaço aberto para clubes e federações proporcionarem atividades para seus ginastas.

Luciene Resende, presidente da CBG, apresentou o relatório dos atos administrativos de 2016 e destacou que esse momento é de recomeço, com novas metas, sem deixar de lado tudo o que já foi conquistado. “Aos poucos, conforme a necessidade, vamos acrescentar mais profissionais ao organograma, fortalecendo o grupo, com todos pensando da mesma maneira para padronizar o sistema. O grande objetivo é dar continuidade ao trabalho desenvolvido durante os dois últimos ciclos olímpicos, melhorando ainda mais os resultados. No novo planejamento, é de grande importância a participação dos comitês e dos árbitros para que nossa ginástica evolua cada vez mais e chegue ao nível das grandes potências mundiais”.

O primeiro evento internacional com participação brasileira em 2017 será o Trofeo Cittá di Jesolo, para a ginástica artística feminina. A competição, realizada anualmente na Itália, será no próximo fim de semana, dias 1 e 2 de abril.

Luciene Resende, presidente da CBG e Jorge Bichara, gerente de alto rendimento do COB/ Foto: Ricardo Bufolin/CBG

Fonte: CBG