Na quarta-feira, 29 de março, aconteceu na cidade das Artes, no Rio De Janeiro, a cerimônia do Prêmio Brasil Olímpico(PBO) 2016. O canoísta Isaquias Queiroz, primeiro brasileiro a conquistar três medalhas na mesma edição olímpica (duas pratas e um bronze), e a judoca Rafaela Silva, que superou a decepção de Londres 2012 para subir ao topo do pódio olímpico em casa, foram escolhidos os Melhores Atletas de 2016. Rafaela ainda levou para casa o troféu de Atleta da Torcida, após eleição nas redes sociais do Time Brasil. 

Organizada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), a festa de gala do esporte nacional homenageou os principais destaques esportivos do ano de 2016, além dos medalhistas brasileiros dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

“Estamos aqui para homenagear os atletas, verdadeiros donos desta festa, e todos aqueles que foram fundamentais para a realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016, os mais espetaculares da história olímpica. Obrigado às Confederações Brasileiras Olímpicas, aos Governos e a todos que ajudaram a fazer os Jogos mais espetaculares da história”, disse Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB e do Comitê Organizador Rio 2016.

Melhor Atleta do Ano e Atleta da Torcida, Rafaela Silva se tornou a única brasileira campeã olímpica e mundial, título que conquistou em 2013, também no Rio de Janeiro. A judoca conquistou, em 2016, além do ouro olímpico, medalhas como o ouro no Grand Prix de Tbilisi e o bronze no Pan-americano de Havana. Rafaela recebeu da Associação dos Comitês Olímpicos Nacionais um prêmio pelo desempenho mais inspirador dos Jogos Rio 2016. 

Rafaela não esteve presente à cerimônia porque está na Geórgia para a disputa do Grand Prix de Tbilisi, mas deixou uma mensagem de agradecimento em vídeo.

“Estou muito feliz por receber esse prêmio. Tenho que agradecer a todos que me deram apoio até aqui, meu treinador Geraldo Bernardes, a CBJ, minha coach, o sensei Mario Tsutsui, e a cada um que incentivou a minha carreira. Gostaria que esse meu prêmio servisse de inspiração para que outras meninas. Acreditem nos sonhos de vocês que vocês podem realizar”, disse Rafaela.  

Vencedor do Prêmio Brasil Olímpico 2015 e 2016 como melhor atleta da modalidade e também como Atleta do Ano, Isaquias marcou seu nome na história olímpica no Rio 2016. O canoísta se tornou o primeiro atleta brasileiro a conquistar três medalhas em uma única edição dos Jogos Olímpicos: o bronze no C1 200m, a prata no C1 1000m e novamente a prata, dessa vez no C2 1000m, com Erlon Souza. 

“Estou muito emocionado por esse prêmio. Estou mais feliz até do que no ano passado, principalmente pelas minhas três medalhas olímpicas. Não foi fácil. Disputar com atletas como Serginho, um ícone do vôlei, e o Thiago Braz, que entrou para a história do atletismo. Quero também dedicar esse prêmio ao meu treinador, Jesus Morlán, que sempre foi um vencedor”, disse Isaquias. Em seguida, o baiano quebrou o protocoloco do evento e foi à plateia pedir a namorada Laiana Guimarães em casamento, que está esperando o primeiro filho do casal. 

A vitoriosa carreira de Bernardo Rocha Rezende, também foi celebrada na cerimônia do PBO. Detentor de sete medalhas olímpicas (seis como treinador e uma como atleta), Bernardinho recebeu do COB o Troféu Adhemar Ferreira da Silva, uma homenagem a grandes nomes e seus exemplos positivos no esporte. 

“Tenho andado muito pelo Brasil e tenho visto algo que me preocupa, que é a falta de esperança. Existe um legado que não vem de livros de ficção, mas de histórias reais, como a da menina que sai da Cidade de Deus para se tornar campeã olímpica, ou do cara que sai de Pirituba para se tornar multimedalhista olímpico no vôlei. O esporte transmite valores, e é com projetos no esporte que podemos ter um país verdadeiramente educado e com valores”, afirmou Bernardinho, que corou seu trabalho à frente da seleção com o histórico ouro olímpico no Rio 2016. 

Bernardinho conquistou sete medalhas olímpicas (seis como treinador e uma como atleta)/ Foto: Reprodução internet

O Prêmio Brasil Olímpico revelou ainda os Melhores Técnicos de 2016. O brasileiro Rogério Micale, técnico da seleção brasileira masculina que conquistou o ouro nos Jogos Rio2016, foi eleito o melhor das modalidades coletivas e o espanhol Jesus Morlán estava no comando da conquista inédita das três medalhas para a canoagem velocidade brasileira, elevando a modalidade a um novo patamar no país. 

Um dos momentos mais emocionantes do evento foi a entrega da medalha de bronze olímpica para as meninas do revezamento 4x100m rasos dos Jogos Olímpicos Pequim 2008.  Após uma espera de oito anos, Lucimar Moura, Rosangela Santos, Rosemar Coelho Neto e Thaissa Presti enfim subiram ao pódio olímpico e receberam das mãos do presidente do COB as tão sonhadas medalhas. A correção histórica aconteceu, pois o Brasil havia ficado na quarta colocação na prova, após uma chegada apertadíssima em disputa com a Nigéria. Porém, em agosto passado a equipe do Brasil foi avisada de que herdou a medalha de bronze após o Comitê Olímpico Internacional cassar a o ouro da Rússia. O motivo foi um doping detectado em reanálise de amostras dos Jogos de Pequim. Com isso, a Bélgica ficou com o ouro, a Nigéria com a medalha de prata e o Brasil com o bronze.

O público presente ao Prêmio Brasil Olímpico deste ano viu ainda o nadador Thiago Pereira, maior medalhista da história dos Jogos Pan-americanos (23 medalhas) e prata nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, anunciar sua aposentadoria das piscinas.

“Essa é uma noite muito especial. Abri mão de muita coisa, muitos sonhos, encontros com familiares… Esporte é uma carreira dura, é difícil, mas me sinto completamente realizado. Agradeço ao COB, à CBDA, ao presidente Nuzman, ao meu clube Minas Tênis, meu treinador Albertinho e à minha mãe, Dona Rose. Hoje eu deixo as competições, mas não deixo a natação. Deixo com um orgulho imenso de ter representado as cores verde e amarela. O essencial não é ter vencido, mas ter lutado bem”, lembrou Thiago  

O futuro do esporte do país também teve seu momento de glória no palco da Cidade das Artes. Samara Arcala Sibin, da ginástica rítmica e Eric Vitor Campos da Silva, do atletismo (na categoria 12 a 14 anos) e Ana Carolina Vieira, da natação, e Felipe Araújo de Santana, da luta olímpica (15 a 17 anos) foram os melhores dos Jogos Escolares da Juventude.

Os 43 melhores atletas por modalidade em 2016 também receberam seus troféus do Prêmio Brasil Olímpico:

Atletismo: Thiago Braz

Badminton: Ygor Coelho

Basquete: Maybyner Hilário (Nenê)

Boxe: Robson Conceição

Canoagem Slalom: Pedro Gonçalves (Pepê)

Canoagem Velocidade: Isaquias Queiroz

Ciclismo BMX: Priscilla Carnaval 

Ciclismo Estrada: Flávia Paparella 

Ciclismo Mountain Bike: Raiza Goulão 

Ciclismo Pista: Gideoni Monteiro

Desportos na Neve: Jaqueline Mourão

Desportos no Gelo: Isadora Williams 

Esgrima: Nathalie Moellhausen 

Futebol: Neymar Jr

Ginástica Artística: Diego Hypolito

Ginástica Trampolim: Rafael Andrade

Ginástica Rítmica: Natália Gaudio

Golfe: Adilson da Silva

Handebol: Maik Santos 

Hipismo adestramento: João Victor Marcari Oliva 

Hipismo CCE: Carlos Parro

Hipismo saltos: Pedro Veniss      

Hóquei sobre grama: Stephane Smith            

Judô: Rafaela Silva

Levantamento de pesos: Fernando Saraiva Reis

Lutas: Aline Silva

Maratona Aquática: Poliana Okimoto 

Natação: Etiene Medeiros 

Nado Sincronizado: Luisa Borges e Maria Eduarda Miccuci

Pentatlo moderno: Yane Marques

Polo Aquático: Felipe Perrone

Remo: Fernanda Nunes e Vanessa Cozzi

Rugby: Beatriz Futuro

Saltos Ornamentais: Hugo Parisi 

Taekwondo: Maicon Andrade 

Tênis: Bruno Soares

Tênis de mesa: Hugo Calderano 

Tiro com arco: Anne Marcelle dos Santos 

Tiro esportivo: Felipe Wu 

Triatlo: Manoel Messias 

Vela: Martine Grael e Kahena Kunze 

Vôlei: Serginho Dutra

Vôlei de praia: Alison Cerutti e Bruno Schmidt 

Thiago Pereira fez um dirscurso na cerimônia PBO/ Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA

Fonte: Time Brasil